Tecnologia | Jack Ma anuncia que vai deixar presidência do grupo Alibaba

No dia em que faz 54 anos, Jack Ma, o fundador do grupo Alibaba, que impulsionou o ‘boom’ do comércio electrónico na China, anunciou que vai deixar a presidência do grupo daqui a um ano

[dropcap style=’circle’]E[/dropcap]m comunicado, Ma indicou que a empresa vai ficar a cargo do actual director executivo, Daniel Zhang.

Licenciado em língua inglesa, Jack Ma fundou o Alibaba em 1999, num apartamento em Hangzhou, na costa leste da China, para ligar exportadores chineses a retalhistas além-fronteiras.

Hoje, o grupo é a maior empresa de comércio electrónico do mundo. Além de operar as plataformas Taobao e Tmall, que dominam grande parte das vendas ‘online’ na China, passou a investir, nos últimos anos, em plataformas ‘online’ para financiamento (P2P, na sigla em inglês), computação em nuvem e outros serviços.

Em 2014, o grupo protagonizou a maior entrada em bolsa a nível mundial, com uma oferta pública inicial, que angariou cerca de 19,7 mil milhões de euros. O Alibaba passou a estar cotado em Nova Iorque, mas a sede mantém-se em Hangzhou. Entretanto, Ma tornou-se num dos empresários mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em 32 mil milhões de euros.

De acordo com o comunicado, Ma vai continuar a fazer parte da parceria Alibaba, um grupo de 36 pessoas que tem o direito a nomear a maioria dos membros do conselho de administração. “Esta transição demonstra que o Alibaba avançou para o próximo nível na governança corporativa, de uma empresa que depende de indivíduos, para uma construída num sistema organizacional de excelência, com uma cultura de desenvolvimento de talentos”, afirmou Ma, no mesmo comunicado. O empresário acrescentou que pretende “regressar ao ensino”, sem avançar pormenores.

E-China

O Alibaba é uma das empresas chinesas, a par da Tencent, Baidu ou Jingdong, que impulsionaram a difusão ímpar do comércio electrónico e carteiras digitais no país. Em 2016, o comércio ‘online’ na China cresceu 26,2 por cento, em termos homólogos, para 752 mil milhões de dólares, um valor equivalente a quase quatro vezes o Produto Interno Bruto (PIB) português. O país asiático é responsável por cerca de metade do conjunto mundial de vendas pela Internet.

Nas ruas de Pequim ou Xangai, o frenesim das motorizadas que fazem entregas rápidas ao domicílio é constante, enquanto milhares de fabricantes chineses abdicaram do retalho tradicional, passando a distribuir produtos exclusivamente através de plataformas ‘online’.
Jack Ma, cujo nome em chinês é Ma Yun, aparece regularmente na televisão. No festival anual da companhia, ele costuma cantar música pop, vestido em trajes excêntricos. O empresário não se inibe de troçar da própria aparência e afirma que é parecido com a figura do extraterrestre no filme “E.T. – O Extraterrestre”, de Steven Spielberg, devido à dimensão desproporcional da cabeça.

Ma vai completar o mandato actual, como membro do conselho de administração do grupo, até à reunião anual dos accionistas, em 2020.
“Nenhuma empresa pode confiar apenas nos seus fundadores (…) devido a limites na capacidade física e energia de cada um”, afirmou, na carta, Jack Ma. “Ninguém pode assumir as responsabilidades de presidente e CEO para sempre”.

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