Jornal oficial noticia crescente antiamericanismo devido a guerra comercial

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]m jornal oficial chinês noticia ontem o aparecimento de poesia e t-shirts com mensagens contra a guerra comercial que se desencadeou entre Pequim e Washington, numa tentativa de salientar o crescente anti-americanismo no país.

“Os entusiastas de poesia estão tão furiosos com as políticas agressivas dos EUA que, espontaneamente, resolveram escrever centenas de poemas cheios de patriotismo”, escreve o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do Partido Comunista Chinês.

Segundo o jornal, vários poetas chineses produziram versos a acusar o proteccionismo norte-americano de “hegemónico” e “imprudente”, e a condenar as políticas “caprichosas” do Presidente norte-americano, Donald Trump. “Depois de se ter tornado presidente, ficou velho e maluco / a Casa Branca observa o seu cabelo a ficar grisalho / ’deficits’ comerciais e unilateralismo continuam / as palavras de Trump não são de fiar”, lê-se num dos poemas “patrióticos” publicados pelo Global Times.

Num outro artigo, o jornal reporta a crescente comercialização, nas plataformas de comércio electrónico do país, de t-shirts com mensagens contra a guerra comercial. “T-shirts com mensagens como ‘Não à Guerra Comercial’, ‘Paz no Mundo’ ou a parodiar Trump estão à venda (…) no Taobao”, a principal plataforma de comércio electrónico do país, lê-se num artigo do Global Times.

Trump impôs já taxas alfandegárias de 25 por cento sobre mais de 29 mil milhões de euros de importações oriundas da China, contra o que considera serem “tácticas predatórias” por parte de Pequim, que visam o desenvolvimento do seu sector tecnológico. Esta semana, o líder norte-americano confirmou que vai impor taxas adicionais sobre o equivalente a mais 13,7 mil milhões de euros de bens chineses, a partir de 23 de Agosto.

Desde o início das disputas comerciais entre Pequim e Washington a moeda chinesa, o yuan, desvalorizou-se mais de 8 por cento, enquanto a bolsa de Xangai, a principal praça financeira do país, caiu mais de 12 por cento.

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