Visto | Estudante alemão expulso por fazer trabalho sobre direitos humanos

 

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]s autoridades chinesas suspenderam o visto de um estudante alemão, após este escrever uma reportagem sobre direitos humanos, num projecto escolar, parte de um mestrado em jornalismo e comunicação numa das mais prestigiadas universidades da China.
David Missal, 24 anos, aterrou no domingo na cidade alemã de Duesseldorf, depois de as autoridades de imigração lhe terem comunicado que o seu visto de estudante foi anulado e que tinha uma semana para sair da China. Missal considera que a decisão se deve a um trabalho sobre a campanha repressiva contra advogados dos direitos humanos, lançada por Pequim, em 2015.
O estudante já tinha sido avisado duas vezes por um responsável da universidade Tsinghua, onde frequentava o mestrado, para que não reportasse tópicos politicamente sensíveis, mas ele continuou, porque queria “aprender mais sobre a sociedade e política chinesas”. “De certa forma, nos últimos dois meses aprendi muito sobre a sociedade e política chinesas”, afirmou sobre o seu caso, citado pela agência Associated Press.
Localizada no norte de Pequim, a Tsinghua é considerada uma das mais prestigiadas universidades da China, e foi frequentada pelo actual Presidente chinês, Xi Jinping, e o seu antecessor, Hu Jintao.
A campanha repressiva contra advogados e activistas pelos direitos humanos, reportada por Missal, foi lançada a 9 de Julho de 2015, e resultou na detenção de 300 pessoas por todo o país. Vários dos detidos foram punidos com pena de prisão por subversão do poder do Estado, enquanto outros continuam à espera de serem julgados. Missal garante que o trabalho foi apenas publicado no seu blogue e página no Youtube, onde recebeu menos de cem visualizações. O gabinete de propaganda da Tsinghua recusou comentar de imediato, afirmando que estava a averiguar o caso.

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