Futebol | Campanha do Benfica de Macau na Taça AFC vista como exemplo para a modalidade

O treinador Joseph Tam e o fundador da Associação de Veteranos de Futebol de Macau, Francisco Manhão, acreditam que a performance dos encarnados é um grande incentivo para os atletas do território. No entanto, reconhecem as limitações inerentes a Macau

 

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] estreia do Benfica de Macau na fase de grupos da Taça Confederação de Futebol Asiática (AFC) e as duas vitórias alcançadas contra equipas de Taiwan e da Coreia do Norte estão a marcar a História do futebol local. Por isso, agora, o desejo entre os intervenientes da modalidade em Macau é que a tendência positiva não se fique pelas águias e se alastre a outras formações.

“Os resultados mostram que, apesar da nossa Liga de Elite não ser profissional, temos equipas capazes de competirem nos palcos asiáticos. Sabemos que a Taça AFC é a competição secundária do continente, uma espécie de Liga Europa, mas tem o seu valor e é aliciante para os atletas locais”, afirmou Joseph Tam, treinador local, ao HM.

“É um facto muito importante para encorajar a modalidade em Macau e motivar todos aqueles que gostam de futebol, sejam os clubes, fãs, a associação. O desempenho do Benfica de Macau, que merece todos os elogios, mostra que os clubes, se quiserem, podem competir fora de portas e com resultados importantes”, acrescentou.

Também Francisco Manhão, fundador e antigo presidente da Associação de Veteranos de Futebol de Macau, destacou o contributo que o Benfica de Macau está a dar para a modalidade com a participação na Taça AFC.

“É um dos pontos mais altos do futebol local, principalmente quando conseguem duas vitórias em dois jogos. Estão todos de parabéns, dirigentes, equipa técnica, jogadores. Têm feito um esforço muito meritório pelo bom nome do futebol de Macau”, disse Francisco Manhão, ao HM.

“O clube tem traçado um bom caminho e espero que as outras equipas consigam seguir o exemplo, que mostrem ambição de também participarem em outros voos”, sublinhou.

Causa e efeito

Na altura de avaliar as consequências para o futebol local, as expectativas são mais moderadas. Joseph Tam entende que os esforço de alguns atletas do Benfica mostra aos locais que não é preciso ser profissional para poder ter um percurso meritório.

“Actualmente é muito difícil para um jogador ser profissional em Macau. Mesmo no Benfica a maior parte dos jogadores não são profissionais. Porém, se trabalharem no duro e estiverem dispostos a fazer sacrifícios a nível profissional, social e familiar, podem conseguir jogar a um bom nível continental”, considerou.

“O exemplo do Benfica de Macau mostra que se o atletas se dedicarem e trabalharem no duro que podem ter voos bem significativos”, frisou.

Por sua vez, Francisco Manhão entende que a nível da estrutura do futebol de Macau há grandes desafios para os clubes.

“Esta campanha pode fazer com que três ou quatro equipas, como o Chao Pak Kei, Sporting de Macau ou Monte Carlo, tentem elevar o nível das equipas e procurem outro tipo de investimento. Mas temos de reconhecer que há uma limitação inerente, por exemplo, ninguém espera que a equipa da Polícia ou dos Serviços de Alfândega tenha essa capacidade”, justificou.

 

Galaxy junta-se a Benfica de Macau

A operadora de jogo Galaxy Entertainment tornou-se no mais recente patrocinador do Benfica de Macau. O anúncio foi feito pelo clube, através das redes sociais. Os montantes envolvidos não foram revelados e o contrato só é válido para as competições internas. Em declarações ao HM, o treinador Joseph Tam elogiou a parceria: “É importante a entrada de patrocínios porque permite atrair jogadores com maior qualidade, mesmo estrangeiros. Se a Liga de Elite tiver jogadores de grande nível, os locais vão evoluir com eles e todos ficamos a ganhar”, apontou.

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