Fórum Luso-Asiático organiza palestra sobre a “Dualidade no Judaísmo”

[dropcap style≠‘circle’]A[/dropcap] Livraria Portuguesa recebe na próxima sexta-feira, às 18h30, uma palestra intitulada “O Dualismo do Judaísmo” que terá Allen Goldenthal como orador. O evento tem como intenção dar pistas sobre a dimensão cultural e religiosa de uma fé professada por 14,2 milhões de pessoas em todo o mundo.

Allen Goldenthal vem de uma família judaica antiga, descendente directamente dos “kahanas”, uma linhagem de rabis que se estendeu pelo leste europeu durante o século XVI.

“A minha facção do judaísmo é o Karaite, ainda obedecemos ao Antigo Evangelho, ou Torá, não temos nenhuma legislação moderna do judaísmo rabínico”, enquadra Allen Goldenthal.

Quanto à situação do judaísmo na China, o palestrante diz que, normalmente, são os atributos culturais judeus que são reconhecidos no Oriente, e que “a experiência e exposição ao judaísmo é muito limitada”. O consultor internacional apenas dá como exemplo excepcional a comunidade judaica de Kaifeng, “que tem mais de mil anos mas que, actualmente, apenas tem cerca de 70 famílias”.

Em termos comparativos, o palestrante entende que “existem poucas diferenças entre as três religiões”, e que os conflitos “são mais lutas de poder” do que discrepâncias teológicas.

No que diz respeito à polémica decisão da administração Trump em mudar a embaixada dos Estados Unidos em Israel para Jerusalém, Allen Goldenthal acha que “será um passa em direcção à paz porque vem clarificar a confusão e o sentimento vago em relação a qual é a capital israelita”. Tal vazio, no entender do consultor, “permitiu que outros grupos tivessem oportunidade para desafiar o estatuto de Jerusalém”.

Allen Goldenthal é da opinião de que os dias de hoje são relativamente desprovidos de moralidade e estrutura de valores devido à erosão do papel da religião na sociedade. “Acho que perdemos as estribeiras, as pessoas fazem o que lhes apetece, há muito materialismo, pouca preocupação com o próximo e a estrutura familiar entrou em colapso. Quando havia um pano de fundo religioso sólido todos estes aspectos estavam controlados”, comenta.

O palestrante acrescenta ainda que “quanto menos teologia, e quanto mais se diz que não existe Deus, todos os sectores da sociedade se fracturam e as pessoas lutam umas com as outras”.

A palestra de sexta-feira na Livraria Portuguesa será em inglês.

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