#metoo | Movimento chega às universidades chinesas

Um professor de uma universidade chinesa foi demitido depois de uma ex-aluna ter denunciado a sua tentativa de assédio sexual

 

[dropcap style≠’circle’]U[/dropcap]ma universidade chinesa anunciou que demitiu um prestigiado académico por assédio sexual, num caso denunciado por uma mulher que considerou tratar-se do início do capítulo chinês no movimento “#MeToo”. A Beihang suspendeu, entretanto, Chen das funções como professor e vice-director dos estudantes de cursos de pós-graduação. A agência noticiosa oficial Xinhua escreveu que a decisão da Beihang surge depois de acusações de assédio sexual por Luo Xixi, uma académica chinesa actualmente radicada nos Estados Unidos, e outras cinco mulheres. Os episódios de assédio terão ocorrido há 12 anos.

Luo disse que a sua denúncia se inspirou no movimento #MeToo, originado nos EUA, e que expõe predadores sexuais. Luo contou que Chen era seu tutor, em 2004, quando ele a levou até casa da irmã, com a desculpa de que tinha de regar as flores. Chen tentou então forçar Luo a ter relações sexuais. Luo resistiu e Chen recuou, levando-a então a casa e pedindo-lhe para não comentar o sucedido. Luo disse que entrou em depressão depois do incidente e foi estudar para os Estados Unidos.

A Universidade de Beihang escreveu na sua conta oficial no rede Weibo, o Twitter chinês, que o comportamento de Chen Xiaowu tratou-se de uma “violação da ética profissional” e “hedionda influência para a sociedade”. “A moralidade e a competência devem estar em nível igual, as acções e o talento são um só. Esta é uma exigência dos valores da Beihang e a instituição tem zero tolerância pela violação da ética profissional”, disse a universidade em comunicado.

A Associated Press escreveu que não conseguiu contactar Chen, até ao momento, mas que no início do mês o académico disse a um jornal chinês não ter feito nada de ilegal ou violado as normas de disciplina da universidade. Na rede social Weibo, Luo considerou a decisão da Beihang “uma vitória no seu estágio inicial” e disse que ela e as outras mulheres vão continuar a acompanhar a forma como a universidade gere este caso.

Chen consta de uma curta lista de académicos escolhidos pelo Ministério da Educação chinês para o programa Cheung Kong, a mais alta distinção académica do país, e financiada pelo bilionário de Hong Kong Li Ka-shing. Este professor tem ainda um doutoramento e recebeu várias distinções em engenharia informática.

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