Daniel Russel | Washington não vai sacrificar Taiwan

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap]s Estados Unidos “não vão sacrificar os interesses de Taiwan” em troca de melhores relações com a China, afirmou ontem, em Taipé, o ex-subsecretário de Estado adjunto para a Ásia Oriental e Pacífico.

Daniel Russel, que se encontra em visita à ilha, fez estas declarações após as recentes palavras do Presidente chinês, Xi Jinping, contra a independência da ilha, durante o XIX Congresso do Partido Comunista, e nas vésperas da deslocação à China do Presidente de Estados Unidos, Donald Trump.

Quanto ao papel da China em relação a Washington e Taipé, Russel disse que o país asiático adquiriu nos últimos anos uma força económica e activismo internacional sem precedentes.

No entanto, as fortes relações e interesses partilhados entre Taiwan e Estados Unidos “garantem que as melhorias nas relações entre os Estados Unidos e a China não serão feitas à custa de Taiwan”, disse Russel, que foi secretário de Estado adjunto até Março.

Apesar das alterações na administração norte-americana, o que não mudou “é o interesse permanente dos Estados Unidos no êxito contínuo, prosperidade e a autodeterminação do povo de Taiwan”, acrescentou o antigo responsável norte-americano para a diplomacia na Ásia.

Parceiro de força

Os Estados Unidos são o principal garante da segurança de Taiwan, com a qual está comprometido por um acordo de 1979, e é um dos seus principais parceiros económicos.

Em Taiwan, perante o crescente poder económico e militar da China e a intensificação da intimidação militar e o cerco diplomático à ilha, teme-se que Washington utilize Taipé como carta de negociação com Pequim.

Em especial, há receios de que Trump assine um novo comunicado conjunto com a China, tal como sugerem estrategas norte-americanos como Henry Kissinger, que manteve recentes contactos com o Presidente do seu país.

Na passada semana, o porta-voz diplomático de Taiwan Andrew Lee afirmou que Washington garantiu que não assinará um quarto comunicado conjunto com a China, depois dos subscritos em 1972, 1979 e 1982.

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