Rethink Coffee Roasters, franchising | Andrew Chang, criador

Andrew Chang chegou a trabalhar num banco, até que decidiu apostar num negócio cem por cento local. Em regime de franchising, a Rethink Coffee Roasters quer abrir espaços em todo o território, à semelhança das grandes cadeias de cafés que existem no mundo

[dropcap style≠’circle’]B[/dropcap]eber café em copos com o símbolo azul e branco ainda não é algo comum de se ver, mas é esse o objectivo de Andrew Chang. Fundador da Rethink Coffee Roasters, Andrew quer estabelecer por toda a Macau cafés com esta marca em regime de franchising, à semelhança do que já acontece com marcas mundialmente conhecidas, como a Starbucks ou a Tom n Tom, oriunda da Coreia do Sul.

Para já, a Rethink Coffee Roasters tem apenas um espaço no NAPE. “Ainda somos um micro negócio, mas esperamos conseguir fazê-lo”, explicou Andrew Chang ao HM. “O nosso primeiro café franchise deverá abrir no final deste ano, ou no início do próximo ano, se as coisas correrem bem.”

“O nosso principal objectivo é promover um café local de Macau. Sabemos que há muitos locais que adoptam franchises de cafés vindos de fora, o que não tem problema. É normal numa cidade multicultural”, explicou o criador deste negócio, que deseja que as pessoas optem por beber cafés Made in Macau.

“As pessoas gostam muito dos franchises de fora, da Coreia do Sul, Taiwan, ou mesmo a Starbucks, dos Estados Unidos. O meu objectivo não é ter um franchise, mas antes promover uma marca de café local, um negócio local. Se possível, gostaria que o franchise pudesse chegar a um nível internacional”, adiantou.

Apesar de querer expandir a marca, Andrew Chang não impõe o negócio a potenciais interessados.

“Não faço grande promoção, não digo que sou o melhor em Macau para as pessoas que queiram fazer parte do franchise. Acho que os clientes que adoram o nosso café, se gostarem mesmo vão sugerir-nos essa possibilidade. É essa a nossa estratégia.”

Do banco para o café

Andrew Chang já gostava de beber café e não chá, uma bebida mais tradicional da cultura chinesa, com 14 anos. Cresceu, fez os estudos superiores na área da economia e dos números, trabalhou num banco. Aí começou o seu interesse por esta arte de servir e fazer café.

“Realizei várias acções de formação ligadas ao café, em Macau, Hong Kong e mesmo em Taiwan e nos Estados Unidos. Viajei através do mundo para conhecer melhor o café. Adoro café.”

O trabalho na banca depressa o aborreceu. “Quando trabalhava no banco ficava sentado nove horas. E era isso. Mas no café tenho de ficar as nove horas em pé.”

“Sou licenciado em economia, por isso um trabalho no sector bancário é algo natural. Mas nunca parei de estudar e envolver-me nos passatempos. Porém nessa altura, considerei que não poderia ter este emprego até ao resto da vida. Por outro lado, sentia que se tivesse um negócio e pudesse ter um café que seria mais feliz”, acrescentou o fundador da Rethink Coffee Roasters.

Andrew considera que esta foi uma “mudança radical” na sua vida, e que teve de começar do zero até se tornar num empresário.

“Mesmo que uma pessoa perceba de café não é suficiente. É preciso saber como gerir um negócio. Por isso, antes trabalhei em vários estabelecimentos para ganhar essa experiência, para saber mais sobre os cafés.”

Desafios do dia-a-dia

Andrew Chang enfrenta as dificuldades que qualquer empresário de pequena dimensão tem neste território. “Os custos das rendas face às pessoas que passam na rua dos espaços arrendamos é muito elevado. Não é como em Hong Kong, onde se paga uma renda alta, mas há muita gente a passar nas ruas. Isto torna o negócio muito mais complicado.”

Além disso, a marca tem ainda de lidar com o facto da cultura do café, em Macau, “não ser muito madura o que faz com que o negócio seja muito mais difícil.”

“Servimos cafés muito específicos, ou seja com uma qualidade muito elevada. Por outro lado, importamos o café, mas somos nós que o torramos. Isto é uma grande diferença. Escolhemos os grãos, e depois servimos aos nossos clientes. Fazemos venda a retalho e por grosso. Controlamos toda a qualidade do café”, explicou o mentor deste projecto, que considera que este facto é uma mais valia da marca.

“Ao contrário de outros, não nos limitamos a importar o café já torrado. Nós gostamos de controlar o processo. Isto faz com que sejamos diferentes”, concluiu.

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