Hong Kong | Ourivesaria portuguesa aposta na Ásia

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] aposta na internacionalização levou a ourivesaria portuguesa a voltar-se para o mercado asiático, que exige “produtos de grande qualidade”, e a regressar à feira de joalharia de Hong Kong, “uma das maiores do mundo”.

“Os compradores asiáticos, até aqui conotados com produtos de baixa qualidade, exigem cada vez mais qualidade”, disse à Lusa a secretária da Associação de Ourivesaria e Relojoaria Portuguesa, Fátima Santos, que lidera a participação portuguesa na feira de joalharia e pedras preciosas de Hong Kong, que termina na terça-feira.

Para Macau, Fátima Santos prometeu “uma acção de promoção a breve prazo”.

A responsável sublinhou ter-se dado “uma alteração do paradigma de consumo dos asiáticos”, em que a exigência de qualidade é agora determinante.

“A ourivesaria portuguesa é um produto de grande qualidade, já não tão tradicional e apresenta grande incorporação de design, embora continuemos a trazer as filigranas tradicionais”, sublinhou.

Em Hong Kong, terceiro maior importador de joias do mundo, “o negócio tende a dar certo” por se tratar de “uma zona de concentração absoluta” em que o número de consumidores, sobretudo da China que tem uma classe média em crescimento, “é tão elevado que se adapta a cada tipo de produto”, explicou.

Esta feira junta aqui, além da Ásia, consumidores da América Latina, Estados Unidos, Europa, Austrália, justificando a escolha da associação, que numa primeira fase do projecto de internacionalização apostou em mercados de proximidade, como Copenhaga, Londres e Paris.

“É um esforço que esperamos seja compensador”, considerou.

Boas reacções

As seis empresas portuguesas presentes nesta feira, que começou na sexta-feira, já têm alguma experiência deste mercado: “Vêm a Hong Kong há quatro anos, sendo que a firma menos experiente está aqui pela segunda vez”, disse.

Um dos ‘designers’ que participa pela segunda vez nesta feira afirmou ter sido “um desafio tentar perceber a aceitação do público asiático” para o trabalho que apresenta.

“A reacção do público tem sido boa (…) fazer vendas locais na feira é fácil, mas estender esse negócio e conseguir estabelecer uma relação comercial à distância é um grande desafio”, mas até agora tem sido compensador, afinal a Ásia é o “centro do mundo de negócios”, sublinhou Bruno da Rocha.

O valor total de exportação da joalharia, uma das actividades de maior tradição em Portugal, ronda os 60 milhões de euros, de acordo com dados da associação.

Dados de 2015 indicavam que a França é o principal destino das exportações portuguesas (34,5%), seguindo-se Espanha (23,2%), Angola (11,3%), Estados Unidos (6,3%), Bélgica (5,6%), Suíça (4,7%), Alemanha (4%) e Itália (2,2%).

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