Pequim apoia novas medidas da ONU contra Pyongyang

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, assegurou ontem que o seu país apoiará novas medidas contra a Coreia do Norte, após o último teste nuclear realizado por Pyongyang, mas voltou a apelar ao diálogo.
O Conselho de Segurança da ONU “deve responder” e “adoptar as medidas necessárias”, afirmou Wang, numa conferência de imprensa em Pequim, ressalvando que as sanções são apenas parte da solução e que estas devem ser acompanhadas de diálogo e negociações.
“As sanções e pressão sobre o regime de Kim Jong-un são apenas metade da chave para resolver a questão da Coreia do Norte”, afirmou.
“Todas as novas acções tomadas pela comunidade internacional contra a Coreia do Norte devem servir para restringir o programa nuclear e balístico do país e, em simultâneo, encorajar a retoma das conversações”, acrescentou.
As declarações do ministro chinês surgem depois de o Presidente da China, Xi Jinping, ter falado por telefone com o homólogo norte-americano, Donald Trump.
Xi apelou à resolução da questão norte-coreana pela via pacífica, segundo a imprensa estatal chinesa.
No domingo, Pyongyang anunciou ter testado com sucesso uma bomba de hidrogénio (ver página 15).
A China condenou “vigorosamente” a provocação do país vizinho.
Estados Unidos, Japão e aliados europeus apelaram a novas e duras sanções da ONU, mas a posição de Pequim e Moscovo, ambos com direito de veto no Conselho de Segurança, permanece incerta.
O Presidente russo, Vladimir Putin, classificou novas sanções contra Pyongyang como “inúteis e ineficazes”.
A China, que representa 90% do comércio externo da Coreia do Norte, aprovou a sétima ronda de sanções da ONU contra o país, suspendendo as compras de ferro, chumbo e marisco norte-coreano.

Exercícios militares em águas junto à península coreana

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap] China realizou exercícios militares em águas próximas à península coreana, dois dias depois de Pyongyang ter anunciado que explodiu uma bomba de hidrogénio, revelou ontem o ministério chinês da Defesa.
Em comunicado, o ministério afirma que os exercícios visaram “melhorar a capacidade da missão de evacuação” e foram “planeados com antecedência”.
A mesma nota acrescenta que não foram dirigidos a nenhuma nação ou alvo em particular.
Mas apesar de o exército chinês realizar frequentemente exercícios no Golfo de Bohai, o momento escolhido chama a atenção.
Pequim afirmou repetidamente que não tolerará um conflito armado junto ao seu território e que não pode existir uma solução militar para a questão da península coreana.
Em Maio, testou um novo tipo de míssil no Golfo de Bohai, numa altura de renovada tensão com a Coreia do Sul, após Seul permitir a instalação de um sistema antimísseis norte-americano no país, apesar dos protestos chineses.
A disputa teve grande impacto nas relações económicas e diplomáticas entre os dois países.
O Golfo de Bohai fica a oeste do Mar Amarelo e separa a China da península coreana.
Na semana passada, o ministério chinês da Defesa disse que não realizou qualquer mudança no seu aparato militar junto à fronteira com a Coreia do Norte.

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