Giulio Acconci expõe pela primeira vez no Centro de Design de Macau

[dropcap style≠’circle’]“M[/dropcap]AZU – A Solo Exhibition By Giulio Acconci” é uma estreia absoluta no mundo da pintura. Como se costuma dizer, há uma primeira vez para tudo. Uma frase que deve andar pela cabeça de Giulio Acconci há, pelo menos, um ano. Apesar de ter um passado ligado às artes plásticas, o artista expressou-se principalmente através da música, enquanto trabalhava como designer gráfico. “Esta não só é a primeira vez que faço uma exposição, mas também a primeira vez que faço obras completas de pintura”, explica. O público pode apreciar os primeiros trabalhos de Giulio no Centro de Design de Macau, a partir de terça-feira, dia 27, até ao dia 10 de Julho.

Até 2016, o artista nascido em Macau fazia apenas pequenas experiências que não passavam de esboços e desenhos em papéis isolados e blocos. Uma vez uma mão, noutras uma perna, sempre sem coerência de uma obra sólida.

No ano passado, Giulio Acconci começou a concretizar as experiências em algo mais completo e o resultado deu-lhe coragem para prosseguir e dedicar-se, efectivamente, à pintura. “O que as pessoas podem ver é uma jornada que começou por curiosidade, para ver até que ponto poderia ir com a pintura”, conta o artista.

O resultado é a combinação dos anos de designer gráfico e de todos os conceitos que foi absorvendo em leituras e em experiências de vida com manifestações estéticas.

Memória surreal

A inspiração para as pinturas partiu de uma visão da deusa Mazu, que empurrou Giulio Acconci para um “universo paralelo pela vida da pintura surrealista”. Nos seus quadros existem leões, dragões e pessoas em cenários surpreendentes. O artista quis dizer algo sobre Macau nestas obras que considera como memórias surreais da cidade. “Não estou a tentar passar uma mensagem particular, os meus trabalhos são muito abstractos e conceptuais, misturam elementos do Oriente e Ocidente”, explica.

“A deusa Mazu foi a centelha que ateou o fogo mais surreal e o universo paralelo das minhas pinturas, é uma divindade com lendas inspiradoras”, desvenda Giulio Acconci.

O artista foi criado no seio de uma família com forte ligação às artes. Neste capítulo importa mencionar que o seu avô, Oséo Acconci, fez o painel em mosaico que decora a fachada do Hotel Estoril.

As obras que constituem a primeira mostra de Giulio Acconci foram concebidas usando aguarela, tinta-da-china e lápis de aguarela para apurar detalhes, numa mistura que une elementos oníricos a imagens recorrentes.

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