Foto Man Cheong | Recordar é viver

Apesar de timidamente, Macau começa a mostrar interesse pela fotografia analógica. Foto Man Cheong é a loja de Denim Chou que pretende manter viva a técnica e assegurar a venda de câmaras para os interessados

[dropcap style≠’circle’]D[/dropcap]enim Chou tem 32 anos e podia ser apenas mais um proprietário de uma das muitas lojas de fotografia do território. Mas não. Denim Chou quer que a Foto Man Cheong seja diferente e que promova a fotografia como era feita em outros tempos.

Apesar de vender câmaras e toda a panóplia de acessórios digitais, a Foto Man Cheong dedica-se também à fotografia analógica.

Para o proprietário, que herdou do pai o negócio e o gosto pelas imagens, a fotografia é uma forma de viver outra vez. “As imagens que fazemos são uma forma de recordar, por exemplo, os sítios por onde passámos. São também uma maneira de matar as saudades de sítios por onde andámos e de manter as experiências vividas na memória”, conta ao HM.

Uma das especialidades da Foto Man Cheong é a venda de modelos antigos de máquinas fotográficas. No entanto, a preferência nem sempre foi uma escolha fácil. “Actualmente não há muita gente que se dedique à fotografia analógica e ao uso de rolo, mas insisto na importação deste tipo de equipamento, tanto de câmaras normais como de polaróides e lomos”, conta.

A crença de que a disponibilização destes produtos funcione como motivação para a sua utilização é um dos intuitos de Denim Chou. “Penso que a venda deste tipo de máquinas pode voltar a fazer renascer o gosto pela fotografia analógica e trazer a moda de volta”, explica.

Trazer o sucesso

Se um pouco por todo o mundo o fenómeno do regresso ao analógico se faz sentir, já em Macau a tendência não parece ser a mesma. No entanto “em Hong Kong há muitas lojas que se dedicam ao analógico e à lomografia, e tenho esperança que, pela proximidade, o panorama em Macau também mude”, revela.

O sucesso de vendas é, sem dúvida, a Polaróide. Depois de quase cair no esquecimento as imagens instantâneas ganharam vida. O formato quadrado da clássica máquina Palaróide foi transformado pela Fuji em formatos para “todos os gostos”. “Os clientes são cada vez mais para este tipo de equipamentos”, diz.

Apesar do negócio estar estável, Denim Chou ainda não está satisfeito. “Macau ainda não tem um mercado suficientemente grande e não há muita gente interessada em fotografia analógica”. No entanto, o proprietário da Foto Man Cheong não pretende baixar os braços.

Denim Chou recorda outros tempos em que o filme era ainda o rei da imagem e a sua gradual saída da vida das pessoas. “Quando a fotografia digital começou a ter relevo, as pessoas que revelavam fotos também diminuíram muito. Tornou-se tudo mais fácil e barato com a fotografia digital”, diz.

No entanto, “o analógico deu um passo em frente neste sentido”, considera. “Agora, as pessoas também podem fotografar em filme, digitalizar e depois escolher as suas imagens”. Esta possibilidade tem também sido um incentivo para o crescimento do negócio.

Para Chou o regresso do gosto pelo filme vem da sua particularidade visual. “O rolo tem uma imagem diferente e a qualidade também é diferente”, diz. “As pessoas identificam de imediato a diferença entre fotografias analógicas e digitais”. Com a lomografia, por exemplo, há efeitos especiais que podem ser conseguidos, e esta tem sido uma das motivações para a crescente aquisição deste tipo de câmaras.

“A maioria dos clientes da Foto Man Cheong está neste nicho de mercado e são estudantes do ensino secundário”, diz Chou. A razão é, não só a crescente popularidade deste tipo de fotografia, mas também  o baixo custo das câmaras”.

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