Filme “The Great Wall” é pouco interessante, diz realizador

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] realizador chinês Zhang Yimou disse que o fracasso da maior produção cinematográfica conjunta entre a China e os Estados Unidos, o “The Great Wall”, terá ficado a dever-se ao pouco interesse da história retratada.

“Os atores são todos muito bons. [O protagonista] Matt Damon e todos os outros foram esplêndidos”, afirmou Zhang à agência The Associated Press.

“Provavelmente, a história é um pouco fraca, ou o momento não foi o melhor, ou então fomos nós que não fizemos um bom trabalho. Pode ser por muitas razões”, acrescentou.

O “The Great Wall” remete para uma China imaginária, onde a Grande Muralha, o monumento mais conhecido do país, foi edificada para deter a invasão por monstros que comem carne humana.

O guião demorou sete anos para Hollywood concluir.

Zhang acrescentou elementos da cultura chinesa e o seu estilo visual, patente no drama de Kung fu, “House of Flying Daggers”, ou na cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos Pequim 2008.

Os produtores esperavam que o filme, com um orçamento de 150 milhões de dólares, pudesse inverter a tendência das produções conjuntas entre a China e os EUA falharem em ambos os mercados.

O “The Great Wall” arrecadou apenas 45 milhões de dólares em receitas de bilheteira, desde que estreou em fevereiro passado, mas ganhou 332 milhões globalmente.

Na China, onde foi exibido em dezembro, alcançou 171 milhões de dólares, tornando-se o oitavo filme com maiores receitas no país, em 2016.

O filme foi produzido pela Legendary East, subsidiária chinesa da produtora de Hollywood Legendary Entertainment, adquirida no ano passado por Wang Jianlin, o homem mais rico da China e presidente do grupo Wanda Group, que tem a maior rede de distribuição cinematográfica do mundo.

Zhang considerou que o “The Great Wall” é um marco na colaboração entre produtores chineses e de Hollywood.

“Como os chineses dizem, ‘tudo é difícil no início’. Penso que foi importante começar. Espero que haja mais cooperações do género, que as pessoas não parem só porque o resultado não foi bom”, afirmou Zhang.

Questionado se participaria de outra produção conjunta entre a China e Hollywood, Zhang respondeu: não tenho que ser eu a fazer. Espero que mais pessoas colaborem nisto”.

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