Comércio com os países de língua portuguesa subiu 32,6 por cento

Depois de uma queda no ano passado, as trocas comerciais entre a China e os Países Lusófonos parecem estar a conhecer um novo crescimento

[dropcap style≠’circle’]A[/dropcap]s trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 32,6% até Fevereiro, em termos anuais homólogos, para 14,84 mil milhões de dólares, indicam dados oficiais.

Dados dos Serviços de Alfândega da China, publicados no portal do Fórum Macau, indicam que a China comprou aos países de língua portuguesa bens avaliados em 10,28 mil milhões de dólares – mais 43,74% – e vendeu produtos no valor de 4,56 mil milhões dólares – mais 12,97% comparativamente aos primeiros dois meses do ano passado.

O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, com o volume das trocas comerciais bilaterais a cifrar-se em 10,35 mil milhões de dólares, valor que traduz um aumento de 35,64% em termos anuais homólogos.

As exportações da China para o Brasil atingiram 3,69 mil milhões de dólares, reflectindo uma subida de 27,61%, enquanto as importações chinesas totalizaram 6,66 mil milhões de dólares, mais 40,54% face aos primeiros dois meses de 2016.

Com Angola – o segundo parceiro chinês no universo da lusofonia – as trocas comerciais cresceram 42,40%, atingindo 3,48 mil milhões de dólares.

Pequim vendeu a Luanda produtos avaliados em 252,1 milhões de dólares – menos 7,72% – e comprou mercadorias avaliadas em 3,23 mil milhões de dólares – ou seja, mais 48,69%.

Já com Portugal, terceiro parceiro da China entre os países de língua portuguesa, o comércio bilateral cifrou-se em 704,9 milhões de dólares – menos 12,84% –, numa balança comercial favorável a Pequim que vendeu a Lisboa bens na ordem de 425,3 milhões de dólares – menos 35,73% – e comprou produtos avaliados em 279,5 milhões de dólares, isto é, quase o dobro (+90,26%).

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que reúne a nível ministerial de três em três anos.

São Tomé e Príncipe passou a fazer parte Fórum Macau no final de Março, após a China ter anunciado o restabelecimento dos laços diplomáticos com São Tomé e Príncipe, o que sucedeu dias depois de o país africano ter cortado relações com Taiwan e reconhecido a República Popular da China.

Neste contexto, o presidente chinês Xi Jinping encontrou-se com o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, em Pequim, dia 14 de Abril, pedindo entendimento mútuo e apoio sobre assuntos de interesse principal dos dois lados e preocupações principais.

Um novo capítulo

As relações entre a China e São Tomé e Príncipe entraram num novo capítulo, segundo Xi, que São Tomé e Príncipe voltou para a família China-África de cooperação amigável cumpriu com a direcção da época.

“A China valoriza muito as contribuições importantes feitas pelo primeiro-ministro Trovoada na promoção da normalização das relações entre a China e São Tomé e Príncipe”, disse.

Xi afirmou ainda que a China está disposta a trabalhar com São Tomé e Príncipe para promover juntamente a cooperação de benefício recíproco e o estabelecimento de uma parceria cooperativa compreensiva, com igualdade, confiança mútua e cooperação de ganho mútuo.

Por seu lado, Patrice Trovoada disse que a continuação dos laços diplomáticos com a China recebeu apoio extensivo em São Tomé e Príncipe e que o seu país aderirá firmemente à política de Uma Só China.

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