Sexus Festivus

[dropcap]P[/dropcap]ara os que estão cansados do tradicional Natal e que gostavam de ter uma alternativa, aqui está uma proposta: o Festivus do Sexo. A inspiração vem directamente da celebração inventada pela família de um dos escritores da série Seinfeld, que acabou por incluí-la num episódio e torná-la muito popular. No enredo conta-se a história de como o pai do George inventou uma nova celebração para Dezembro, de forma a substituir o Natal. O dia não é o mesmo, mas o de 23 de Dezembro, e para quem nunca acompanhou a série e não sabe o que raio é o Festivus, uma explicação detalhada é requerida.

O Natal, apesar da original condição re- ligiosa, tem sobrevivido com uma crescente dependência consumista. As crianças que- rem ver um Pai Natal generoso e as pessoas querer agradar a tudo e a todos com prendas, prendas e mais prendas. O Festivus resultou de muita frustração natalícia, o que levou a uma família a criar seu próprio feriado com tradições muito peculiares associadas. Não há árvore de Natal, mas sim um poste de alumínio completamente nu, desprovido de qualquer decoração. Antes de começar o jantar, que não tem um menu específico, cada pessoa tem direito a verbalizar as suas queixas e frustrações em relação aos presentes nesta celebração. Se um filho não dá atenção suficiente aos pais, os pais que lhe digam na cara! Se a sogra é um pesadelo, a nora que se queixe! No fundo esta é uma tentativa de socializar e tornar tradição a má disposição que também é tão típica natalícia, apesar da expectativa ser sempre a contrária. Ainda há mais uma tradição, as proezas de forças, onde o anfitrião desfia um convidado para uma luta de corpo a corpo, até que um seja declarado o vencedor.

Para os casais solitários a passar um Natal a dois (que acontece a muitos quando estão fora dos seus países de origem) e não há fa- mília alargada por perto, a proposta é de um Sexus Festivus. Esta será uma festa crítica ao consumismo natalício mas altamente sexual. O poste de alumínio tradicional, podia-se converter num strip pole. Este seria o símbolo do Sexus Festivus e o incentivo para o pessoal tirar a roupa, de forma sensual, acompanhada da sua música favorita. Homens e mulheres por igual. O objectivo é despirem-se por completo.

Claro que o tradicional ‘momento de queixas’ não se encaixa no espírito deste meu evento criado. A minha proposta seria mais sensual e simpática. Em vez de queixas, devem elogiar o seu parceiro por todas os momentos sexuais proporcionados no último ano, detalhadamente. Para mostrar que se preocupam e que estão de facto agradecidos por terem um parceiro tão sexualmente gratificante (não há nada como reforçar o bom comportamento). As proezas de forças é que não se alteraria muito do formato original, não seria uma luta de corpo a corpo, mas sexo de corpo a corpo, do mais desenfreado e inspirado. Ganha quem mais conseguir proporcionar orgasmos, se quiserem manter o factor competitivo na equação.

O jantar para o Sexus Festivus caria à descrição das mentes sexualmente inspiradas. Poderiam querer alimentos de especiarias afrodisíacas, ou mesmo formas fálicas e vulvares criadas pelas frutas e legumes de eleição. A imaginação poderia ainda sugerir fazerem um daqueles jantares de ‘sushi body’ onde o corpo nu seria utilizado como a plataforma onde a comida é apresentada, neste caso, sushi. Mas poderia ser de outra coisa qualquer! Esta seria a altura ideal para todos os aficionados por sito lia (sexo+comida), ou simplesmente curiosos, misturarem o sexo com os prazeres do estômago num jantar muito especial. O jantar Sexus Festivus!

Acho que todos concordamos que o Natal até pode ser divertido, mas não há nada como criar a nossa festa cheia de tradição sexual. Um exclusivo para os que podem, porque muitos que até querem terão que se contentar com o bacalhau, as couves, as rabanadas, as prendas pouco inspiradas e as intrigas familiares. Desejo-vos a todos um feliz e tranquilo Natal, e os que se atreverem, um muito orgásmico Sexus Festivus.

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