Debate propõe reflexão sobre o rumo da imprensa portuguesa

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] estado actual e o futuro da imprensa portuguesa em Macau são o foco do debate agendado para a próxima sexta-feira no Clube Militar. A iniciativa integra a comemoração dos 25 anos do jornal Ponto Final e este é o primeiro grande tema que a publicação se propõe debater.

Apesar de ter como conteúdo principal a imprensa, dada a sua pertinência social, a iniciativa é dirigida a todos. “É um momento não só para o encontro de jornalistas, como também da comunidade civil, até porque a questão da liberdade de imprensa é uma questão que acaba por ser transversal àquilo que é o segundo sistema de Macau”, explica Marco Carvalho, director do Ponto Final, ao HM.

A data escolhida não foi ao acaso e teve como fim poder integrar a presença de João Figueira. O professor da Universidade de Coimbra é também o autor da obra que “passa em revista os últimos 15 anos da imprensa portuguesa na região”. Da análise que fez, João Figueira conclui que, ao contrário do que teria sido de esperar, o jornalismo português em Macau está cada vez mais dinâmico.

Marco Carvalho recorda que a imprensa em língua portuguesa de Macau tinha sido “praticamente condenada à morte” ainda em 1999, num artigo publicado pelo jornal Público. “No entanto, 17 anos depois, o que vemos é o contrário”, refere. “Não só mostra uma dinâmica própria e que era difícil de prever, mas também tem vindo a multiplicar-se.”

O director do jornal ilustra a situação actual que, para além dos três diários, apareceram recentemente novas publicações, como é o caso do semanário Plataforma Macau e de uma série de projectos que, apesar de não serem em língua portuguesa, são feitos por jornalistas portugueses.

“Possivelmente, nunca como neste momento, quase 17 anos depois da transferência de administração, se abordou tanto e de uma forma tão científica o estado da imprensa de língua portuguesa em Macau”, sublinha, enquanto faz referência aos apontamentos dispersos acerca do assunto que existiam no passado.

O terceiro elemento do debate é José Carlos Matias, representante da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau e que está a organizar um inquérito local acerca da liberdade de imprensa. “É um tema que está na ordem do dia e que começa a ter alguma pertinência tendo em conta a evolução em termos políticos que sucede em Hong Kong e mesmo em Macau”, defende Marco Carvalho.

Em suma, “é para saber o rumo da imprensa portuguesa que o Ponto Final organiza este debate”.

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