Vinte anos de transferência são mote para série documental

[dropcap style≠’circle’]S[/dropcap]ão cinco os documentários que sublinham os 20 anos de transferência do território e que tentam abordar as relações entre Macau e Portugal em todas as suas vertentes. A missão está a cargo de Carlos Fraga e Helena Madeira que, a meio caminho de mais uma película, lamentam o fraco emprenho do sangue luso em manter as características no território.
Carlos Fraga e Helena Madeira estão pela quarta vez em Macau para dar continuidade a um projecto totalmente dedicado às características e interacções da região. A sua presença na RAEM deve-se não só à apresentação do segundo “capítulo” da série documental “Macau, 20 anos depois”, como à rodagem de mais “um episódio” dos cinco documentários que integram o projecto de celebração dos 20 anos de transferência.
Tudo começou com um filme que se chamava “Macaenses em Lisboa” conta Carlos Fraga. Com o desenrolar da produção, a equipa sentiu necessidade de filmar o lugar das histórias que tinham ouvido na capital de Portugal e ficaram “fascinados com Macau”, relembra o realizador.
Ao mesmo tempo, o sentimento foi de que faltaria ilustrar “o outro lado, o dos portugueses que cá vivem”. Dentro deste alargamento de concepção, Helena Madeira propõe a realização de um total de cinco documentários em que cada película aborda temas diferentes e a série culminará com Macau, 20 anos, em 2019.

Entusiasmo alheio

Actualmente, a dupla está a filmar o terceiro documentário que trata da portugalidade em Macau. “Dar e Receber – a portugalidade em Macau” é o nome ao filme que pretende abordar o que se tem feito para preservar os traços do outro lado do mundo que continuam presentes no quotidiano local.
O documentário, que está agora em rodagem ,vai precisamente a meio e o balanço deixa já uma percepção de que “é inegável a portugalidade e a presença dos portugueses em Macau” começa por explicar António Fraga, ao mesmo tempo que enfatiza o património imaterial deixado pela presença lusa. No entanto , do que tem percebido é que, esta preservação cultural é, acima de tudo, devida à China. “É este o feedback que estamos a receber com muita evidência e ao mesmo tempo com alguma pena”, expressa o realizador. “Não é pena de que seja a China a entusiasta desta preservação, é antes que Portugal não seja parceiro na tarefa”, desabafa.
No entanto o optimismo também está patente nesta continuidade dos legados lusos na região, sendo que “não se sente muito orgulho por parte das pessoas em fazerem parte dessa tal portugalidade ou empenho em a fortalecer”. A dupla não deixa, no entanto, de frisar que ainda há quem se empenhe a manter a portugalidade em Macau e a Casa de Portugal é o exemplo mais proeminente.

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