S. Januário descarta-se de acusação por “negligência”

[dropcap style≠’circle’]O[/dropcap] Hospital de S. Januário afirma não ter tido responsabilidades no processo que levou à morte de uma paciente vítima de cancro e que fez tudo o que estava ao seu alcance para apoiar a vítima. A informação é adiantada em comunicado de imprensa emitido pelos Serviços de Saúde (SS), na sequência da queixa avançada na terça-feira pelo viúvo da vítima, que entregou uma petição na Sede do Governo.
O homem acusa o hospital de não ter dado a devida atenção ao caso da esposa, que viria a falecer a 3 de Abril, e pede agora uma indemnização para cobrir as despesas do funeral.
“O CHCSJ tem acompanhado com enorme atenção esta situação”, lê-se em comunicado dos SS, onde estes avançam que a instituição pública avaliou todo o processo relativo à situação clínica da doente. Para o efeito, procedeu a “várias consultas colegiais de especialidades, recolhendo opiniões e prestando esclarecimentos, por diversas vezes, à família e à doente, sobre o real estado de saúde”.

Acesso dependente

Acusado de não ter efectuado esforços no sentido de enviar a doente para cuidados num hospital no estrangeiro, o São Januário argumenta que “cada caso é proposto pelo médico especialista assistente do doente conforme o seu estado de saúde, ao responsável do respectivo serviço que, caso concorde com a avaliação clínica, irá propor a situação à Junta para Serviços Médicos no Exterior”, que por sua vez homologará o pedido.
“Cada caso é um caso e o acesso aos serviços médicos no exterior depende da decisão clínica da especialidade”, defendem os SS.
O queixoso argumenta que não foi efectuada uma revisão ao estado da sua esposa em 2011, quando foi pedido, e dez anos depois de ter sido sujeita a remoção do peito devido a um cancro de mama. Segundo o cidadão, o que lhe foi dito foi que, não tendo existido reincidências nos cinco anos subsequentes à cirurgia, não haveria regresso da doença.
Mais tarde a esposa acabou por ser diagnosticada com uma metástase nos pulmões em estado avançado que acabou por chegar ao cérebro e provocar a morte da doente. O HM tentou saber junto dos SS mais pormenores sobre o facto do pedido de exames não ter sido continuado, no entanto não obteve resposta até ao fecho desta edição.

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