Fundos chineses apostam em dívidas de bancos

Segundo diz a Bloomberg esta segunda-feira, os gestores de fundos chineses reforçaram os seus controlos de risco e estão a acumular papéis de curto prazo de bancos, instituições que consideram ter menor probabilidade de não pagamento em relação às empresas. Os bancos venderam 6,2 biliões de yuans em certificados de depósito no primeiro semestre, triplicando o total de 1,7 biliões de yuans de há um ano atrás, segundo dados compilados pela Bloomberg. Embora a reguladora de títulos da China tenha proibido que os fundos do mercado monetário comprem dívidas corporativas com classificação abaixo de AA+ em Fevereiro, não há limitações para os chamados CDs. A HFT Investment Management e a Ping An Asset Management dizem que intensificaram a análise das notas que oferecem risco.
“Os bancos têm um perfil de crédito mais forte que as companhias”, disse He Qian, de Xangai, gestor de fundos que administra cerca de 20 mil milhões de yuans na HFT, que não especificou os novos limites de investimento. “Os bancos também podem ir à falência, mas isto só acontece depois das falências das empresas provocarem um rápido aumento dos empréstimos em atraso. Por isso, embora os investidores possam não ousar comprar dívidas corporativas com classificações de crédito baixas, estão dispostos a colocar dinheiro em CDs de classificação mais baixa”.
Segundo a reportagem, a procura pela segurança dos certificados de depósito está a ser impulsionada por um número crescente de calotes de títulos corporativos, que quase triplicaram este semestre em relação a todo o ano de 2015. As empresas tiraram mais de 200 mil milhões de yuans das vendas de títulos planeadas no segundo trimestre, quando o crescimento económico igualou o ritmo mais lento desde 2009. Isto deixou bastante dinheiro para ser alocado em papéis de curto prazo, que os bancos menores vêm emitindo para financiar seus negócios em vez de usar empréstimos interbancários.

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