BNU | Aumento dos lucros em 2015

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap]s lucros do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau alcançaram 443,3 milhões de patacas no ano passado, mais 15,1% do que em 2014, revelou à Lusa o presidente-executivo do banco, Pedro Cardoso. Pertencente ao grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BNU teve em 2015 um crescimento próximo da média dos últimos anos (cresceu 16% anualmente desde 2012) num “enquadramento económico claramente menos positivo face [ao ano anterior”, sublinhou Pedro Cardoso.
Segundo Pedro Cardoso, o segmento do sector do jogo e da hotelaria no BNU tem “uma importância assinalável” e “teve uma evolução menos positiva, claramente, em 2015” mas que “foi claramente compensada pela evolução positiva dos outros segmentos”.
“Temos aí um negócio importante (…) que em 2015 muito se ressentiu da evolução do sector do jogo”, admitiu Pedro Cardoso que, porém, não quis quantificar esse impacto, dizendo apenas que foi “razoável”. A estratégia do BNU passa pela segmentação do mercado, com enfoque na fidelização de clientes, e a “evolução bastante positiva” dos segmentos que estão para além do jogo ditaram o resultados de 2015, explicou.
Neste contexto, destacou o segmento das Pequenas e Médias Empresas (PME) e o do retalho. Segundo os resultados do exercício de 2015 que revelou à Lusa – e que são publicados no Boletim Oficial de Macau – o volume de negócios do banco cresceu 21,6%, tanto em termos de crédito como de depósitos.
A liquidez também se manteve “muito sólida”, com um rácio de transformação “de apenas” 53,1% (semelhante à do ano anterior). A margem financeira aumentou 22,6% e mesmo com o impacto no sector do jogo, os proveitos líquidos de comissões também cresceram 3,6% no seu conjunto, com destaque para o aumento em 9,5% no volume de vendas dos cartões de crédito e de 25% no dos cartões de débito.

Mais casas

Considerando que 2015 foi um “ano bastante positivo” para o banco, Pedro Cardoso afirmou que 2016 será “o ano de consolidação de uma série de projectos”. Em 2016, o BNU vai abrir mais duas agências em Macau, as primeiras desde 2013, e passará a ter um total de 20 no território.
O BNU fechou 2015 com 213 mil clientes (tinha 205 mil no final de 2014) e está neste momento perto dos 220 mil, quase um terço da população de Macau. Os resultados do BNU Macau representaram 43% da actividade internacional da CGD em 2015.
Sobre a situação da economia de Macau, Pedro Cardoso disse ter “uma visão bastante positiva para o futuro”, “de afirmação de Macau como centro de turismo e lazer” e “da capacidade do território se diversificar ainda mais na actividade económica”. Pedro Cardoso acrescentou que as infra-estruturas que estão a ser construídas em Macau e em redor da região, em especial a ponte que vai ligar Macau, Hong Kong e a China continental terão “um impacto muito significativo” na atracção de turistas e Investimento.

Negócio da lusofonia

Os negócios do BNU com clientes ligados aos países lusófonos cresceram 153% no ano passado. “Demos passos muito significativos e muito positivos em termos de utilização da plataforma financeira única que o grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem nos países de expressão portuguesa. O nosso volume de negócio com clientes neste espaço geográfico cresceu 153% em 2015″, disse Pedro Cardoso, presidente-executivo do banco. Segundo explicou, trata-se de clientes de Macau ou chineses que “estão a investir ou têm projectos de investimento ou actividade em países de expressão portuguesa ou vice-versa, clientes de países de expressão portuguesa que têm investimentos em Macau ou na China continental”. No caso específico de clientes apenas de Portugal, o volume de negócio do BNU cresceu 395%, disse Pedro Cardoso, que não avançou com outros números. “Esta é uma das áreas em que o BNU tem uma claríssima vantagem competitiva face à concorrência e obviamente é nesta área que estamos a crescer de forma ainda mais acelerada e mais acentuada face ao crescimento global do banco”, acrescentou. O BNU vai continuar a criar essa ponte entre a China e a lusofonia a partir de Macau, mas também a partir da própria China, com a abertura de uma agência na província de Guangdong (adjacente a Macau), no final deste ano ou no início de 2017.

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