Tibete | Mestre thangka pela primeira vez na RAEM

A primeira saída do mestre da arte thangka Liben Tashi do Tibete é para marcar presença na exposição “Tibete Revelado” em Macau, que inaugura amanhã na Galeria iAOHiN. Perante a “surpresa e a alegria”, Tashi salienta o orgulho e importância do seu trabalho enquanto forma de divulgação das especificidades que o compõem

[dropcap style=’circle’]L[/dropcap]iben Tashi é um mestre da arte tradicional dos thangka tibetanos e está em Macau, naquela que é a primeira vez em que sai do Tibete. Chega ao território para apresentar os seus trabalhos na exposição “Tibete Revelado” que inaugura amanhã na Galeria iAOHiN, pelas 18h00.
O artista de 29 anos começou a sua aprendizagem quando tinha 13 – idade tibetana, que, como disse ao HM, seriam os 12 na contagem tradicional, uma vez que no Tibete no momento da nascença já se tem um ano. Nesta altura, e ao contrário dos seus contemporâneos, foi aprender com um mestre desta arte que não era um monge, mas sim um local de Rebgong, onde Tashi agora vive e desenvolve o seu trabalho.
A sua dedicação aos thangka vem do amor pela cultura tibetana e pela sua comunidade, ao mesmo tempo que representa uma forma de sobrevivência. Sendo a primeira vez que está fora da região, o artista menciona que ainda não teve tempo de detalhar as diferenças mais do que de forma geral e apontando a arquitectura ou o movimento das ruas como algumas delas. Ter a sua arte fora do Tibete não é novidade, visto os seus trabalhos já terem sido expostos várias vezes pelo mundo. Novidade é Tashi poder estar presente visto ser uma oportunidade para que o artista possa conviver com outras perspectivas e outros colegas e assim partilhar experiências e conhecimentos, concretizando um momento muito especial, como confessa ao HM.

Perpetuar conhecimento

Acerca do papel da arte tibetana, o artista aponta a necessidade de a manter viva, sendo da maior importância este tipo de divulgação bem como o sucesso que com ela se tem registado. Alerta que neste momento há muitas minorias culturais no Tibete a morrer, sendo que esta exposição e este tipo de divulgação crescente representam uma forma de protecção da cultura tibetana no geral por possibilitar o acesso à mesma por cada vez mais pessoas.
A arte thangka em particular é tida pelo artista como uma forma especial e única de contar uma história e não pedaços da mesma, visto estas telas de rolo serem sempre a representação do todo. Para o futuro está a vontade de continuar a estudar para que Tashi, agora também ele mestre que ensina, possa transmitir mais e melhores conhecimentos aos seus alunos, no desejo de perpetuação do conhecimento dos thangka.

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