China / ÁsiaDetidos 21 suspeitos do gigantesco esquema Ponzi Hoje Macau - 2 Fev 2016 As autoridades chinesas detiveram 21 pessoas suspeitas de um esquema Ponzi gigante que ludibriou cerca de 900.000 pessoas em mais de 50 mil milhões de yuans, informou a imprensa estatal. Lançado em 2014, o Ezubao era a quarta maior plataforma online’ na China a disponibilizar empréstimos entre pessoas (P2P, ‘na sigla em ingês), segundo um relatório da revista chinesa Caixin. O retorno anual oferecido aos investidores fixava-se entre nove e 14,6 por cento, em vários projectos, indicou a agência oficial Xinhua – um valor muito acima do rendimento garantido pelos produtos financeiros disponíveis nos bancos chineses. Até Dezembro de 2015, o Ezubao reuniu 50 mil milhões de yuans num esquema que resultou em perdas para 900.000 investidores. Toma lá, dá cá A empresa colocava projectos no seu portal e pagava aos credores mais antigos com o dinheiro de novos investidores, revela a Xinhua. “O Ezubao é um típico esquema Ponzi”, admitiu Zhang Min, o presidente do grupo Yucheng, que geria a plataforma, e um dos detidos, citado pela agência. Um outro responsável, Ding Ning, disse à Xinhua que a empresa gastou mais de 800 milhões de yuan na compra de informação corporativa, visando criar projectos fraudulentos. Ambos terão esbanjado o dinheiro dos investidores num estilo de vida opulento, incluindo uma moradia de 130 milhões de yuan em Singapura e gastos avaliados em 500 milhões de yuan. A imprensa estatal chinesa difunde regularmente confissões de detidos, numa prática vista por grupos estrangeiros como uma violação ao direito a um julgamento justo. A polícia revelou que, entre as 207 empresas às quais o Ezubao diz ter emprestado dinheiro, apenas uma terá beneficiado de crédito. “Tanto quanto sei, 95% dos projectos do Ezubao são falsos”, admitiu Yong Lei, um avaliador de risco empregado numa subsidiária do grupo Yucheng. A redução consecutiva das taxas de juro e a recente volatilidade no mercado bolsista chinês, aliados à incerteza no mercado imobiliário, terão atraído cada vez mais investidores chineses para esquemas de angariação ilegal de fundos.