EI destrói o mosteiro cristão mais antigo do Iraque

O EI (Estado Islâmico) destruiu esta quinta-feira o mosteiro cristão de Santo Elias de Mossul, o mais antigo do Iraque. Resistiu 1400 anos. A destruição foi confirmada por imagens de satélite da Associated Press.
O local era denominado de Dair Mar Elia, nome do monge cristão assírio Santo Elias, que o construiu entre os anos de 582 e 590.
Durante 1.400 anos, o mosteiro sobreviveu a ataques da natureza e humanos na terceira maior cidade do Iraque.
Desde a instauração do califado do Estado Islâmico no país, o templo passou a ser frequentado, sobretudo, por tropas norte-americanas, que voltaram a realizar manobras militares na região em 2015, com autorização do governo iraquiano.
Na entrada da capela do mosteiro estão gravadas as letras gregas «chi» e «rho», representando as duas primeiras letras do nome de Cristo. O Chi Rho é uma das primeiras formas de cristograma, e é usado por alguns cristãos, sendo formado pela sobreposição das letras chi e ró ( ΧΡ ) de tal forma a produzir o monograma.
«Não consigo descrever a minha tristeza. A nossa história cristã em Mossul está a ser barbaramente destruída. Nós vemos isto como uma tentativa de nos expulsar do Iraque, eliminando a nossa existência nesta terra», disse ao Haaretz o reverendo Paul Thabit Habib, de Mossul, que vive em exílio na cidade de Irbil.
O grupo extremista, que controla grandes porções de territórios do Iraque e da Síria, já demoliu mais de 100 edifícios históricos e religiosos, incluindo túmulos, igrejas e até mesquitas nos dois países. Museus e bibliotecas foram saqueadas, livros foram queimados e obras de arte foram destruídas ou vendidas ilegalmente.
Um dos casos mais famosos é a pérola arqueológica de Palmira.

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