Auxiliares de polícia | Angela Leong sugere contratação de reformados

[dropcap style=’circle’]A[/dropcap]deputada Angela Leong sugeriu ontem que fosse ponderada a contratação de polícias reformados para a posição de auxiliares policiais, um cargo abaixo do agente policial, mas que o Governo considera necessário. Na sua resposta, Wong Sio Chak concordou com a sugestão; contudo, confessou não existirem recursos financeiros para pagar a estes profissionais, adiantando que poucas pessoas quereriam cumprir estas funções em regime de voluntariado.
“Podemos contratar polícias reformados, pois têm mais experiência para elevar a moral do auxiliar de polícia”, disse a também líder da Sociedade de Jogos de Macau. “Não estou muito optimista quanto a isto”, respondeu o Secretário, acrescentando não acreditar que muitos reformados quisessem ocupar este lugar. “É uma boa ideia, mas será que estão interessados em trabalhar gratuitamente nesta tarefa tão dura?, questionou.
“Temos que contar não só com as autoridades locais, mas também do interior da China, contando com a colaboração de outros serviços competentes. A figura de auxiliar de polícia já em Abril foi colocada, mas tendo em conta as suas competências, que são diferentes das dos polícias, é muito difícil contratar polícias, quanto mais auxiliares”, começou Wong por explicar.
“Não basta criar esta figura, tem que se proceder a formações e neste processo estão envolvidas questões jurídicas complexas. Se calhar preferem funções a tempo parcial nos casinos. (…) A ideia é muito boa, mas há limitações em termos de viabilidade”, concluiu.
Em resposta, Angela Leong retorquiu que o trabalho teria necessariamente que ser remunerado. “Claro que temos que ter um prémio para estas pessoas. Se fosse voluntário, nem eu ia”, disse. Ao explicar a natureza destes profissionais, Wong Sio Chak sublinhou que a questão é complexa, argumentando que o ordenado não é aliciante e que é necessário investigar todo o passado dos candidatos.

Informáticos duvidosos

Em resposta ao deputado Kou Hoi In, que o questionou sobre crimes informáticos, o Secretário explicou que a contratação de pessoal para combater crimes cibernéticos é complexa. “É difícil [contratar pessoal], há que primeiro verificar o seu background, como por exemplo se é membro de uma família que pertence a uma seita”, ilustrou o responsável. Isto, disse, serve para explicar que “o recrutamento de pessoal não é nada fácil”.
Ko Hoi In sugeriu que se contratassem pessoas no exterior, mas Wong Sio Chak afastou essa ideia, já que, defende, a ideia é ter somente residentes na Administração. “Não aplicamos esta medida porque pretendemos que sejam os locais a desempenhar funções na Função Pública”, respondeu.

MP | Encaminhados 90 casos de uso ilegal de cartões de débito

Até Outubro deste ano, as autoridades já encaminharam para o Ministério Público (MP) 90 casos de uso ilegal de cartões de débito do interior da China em Macau. Em resposta à deputada Angela Leong, o Secretário para a Segurança explicou que este se trata de um crime “transfronteiriço recente” que só começou a ter algum impacto desde há um ano. “Milhares [de chineses em Macau] usam cartões dos seus familiares e amigos para fazer compras aqui e pode ter que ver com o branqueamento de capitais, mas temos que fazer investigações”, revelou Wong Sio Chak. No entanto, explicou que tal “implica recursos humanos da polícia” e que por isso será difícil patrulhar a situação a tempo inteiro. Após encontros com as autoridades chinesas, o Secretário assegura ter confirmado que “estes cartões de débito têm que ver com bancos ilegais da china”, sendo necessário “mais tempo” para publicar informações.

Droga | Revisão da lei dará mais poder à PJ

A Polícia Judiciária (PJ) vai passar a poder exigir, quando confirmadas suspeitas, exames de urina in loco para efeitos de detecção de drogas no sistema. Essa foi a ideia revelada ontem pelo Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. “A revisão vai ter uma cláusula para permitir aos agentes que façam testes à urina dos suspeitos sem necessidade de pedir uma autorização ao tribunal”, disse. A revisão da Lei de Proibição das Drogas deveria ter entrado em processo legislativo já este ano, como disse ontem Hong Wai, chefe do Departamento de Prevenção e Tratamento da Toxicodependência do Instituto de Acção Social (IAS), que adiantou que o relatório de avaliação já foi entregue à Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça (DSAJ), responsável pelo estudo da adição de um crime de “obtenção de droga”. A Comissão que analisa os trâmites da proposta concluiu que seria benéfico aumentar o período de detenção para quem consome e trafica droga. Há, no entanto, quem defenda que o regime legislativo de Macau segue uma norma humanista e por isso mesmo deve dar mais atenção à inserção e correcção do que ao encarceramento e censura. O deputado José Pereira Coutinho defende isso mesmo: “somos um Estado humanista por natureza e devíamos focar-nos, no que diz respeito aos consumidores, a ajudá-los a melhorar e a inseri-los na sociedade. Já nos chegaram à ATFPM vários jovens que estiveram detidos por consumo de droga quando eram muito jovens e actualmente têm o resto da sua vida manchada por causa disso”, lamentou.

Obras de novos edifícios da PSP e Bombeiros começam em breve

A construção dos novos edifícios da Polícia de Segurança Pública e do Corpo de Bombeiros vai ser iniciada em breve, de acordo com anúncio do Secretário para a Segurança. “As obras da PSP e do Corpo de Bombeiros já estão todas definidas, será junto do Macau Dome e as obras vão iniciar-se, uma vez que os obstáculos já foram ultrapassados”, referiu o responsável. Também o Estabelecimento Prisional de Macau continua por inaugurar, mas estão já a ser feitos os trabalhos da primeira fase de construção. O Secretário para a Segurança está confiante de que as segunda e terceira fases seja feitas em simultâneo. “A segunda fase está na avaliação das propostas. O concurso da terceira também vai decorrer nesta altura. A última, que tem que ver com sistema de segurança e vigilância, cabe ao próprio Estabelecimento Prisional de Macau. Portanto, os trabalhos estão a decorrer”, indicou Wong Sio Chak.

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