DSAL | Protesto por despedimentos injustificados

Prometeram e cumpriram: os trabalhadores da área da construção civil que dizem ter sido substituídos por não-residentes queixaram-se ontem à DSAL. O organismo assegura ajuda na procura de trabalho, mas estes dizem receber menos dos que os não-residentes

[dropcap style=’circle’]D[/dropcap]ezenas de trabalhadores locais da área da construção civil protestaram ontem em frente à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Os motivos da manifestação estão associados a queixas relativas a alegados despedimentos do trabalho injustificados por parte do Lisboa Palace e do Wynn Palace, projectos das operadoras no Cotai.
Segundo a deputada Ella Lei – que se deslocou ao Lisboa Palace na semana passada para saber o que se passava e auxiliar trabalhadores que protestavam sentados numa grua a cerca de 60 metros de altura – assegura que a manifestação de ontem contou com cerca de 90 pessoas residentes que tinham como função prestar os serviços de auxiliar de limpeza. Na sua maioria eram trabalhadores contratados depois do dia 12 deste mês e foram informados do seu despedimento dois a três dias após a contratação.
Ella Lei refere ainda que o estaleiro do Lisboa Palace conta com cerca de 3700 trabalhadores não residentes e que o despedimento destes trabalhadores vai contra o princípio de contratação prioritária a locais. Na base destas afirmações está a constatação de que muitas das pessoas agora a exercerem funções nestas obras estão a ocupar os lugares daqueles que foram dispensados.
Ao HM, Hong, porta-voz do grupo de operários de construção desempregados, referiu que os cerca de cem trabalhadores do Lisboa Palace se reuniram com a ajuda da Associação Poder do Povo, grupo criado recentemente que já tratou de casos semelhantes. Quase todos os trabalhadores desempregados conseguiram ter acesso a entrevistas de emprego com ajuda da DSAL, mas os trabalhadores dizem que o salário proposto pelas empresas é apenas metade do salário daquele que está a ser dado aos não residentes, pelo que estes não pretendem aceitar o trabalho.
A Sociedade de Jogos de Macau, responsável pelo Lisboa Palace, assegura que já contactou com as empresas. Angela Leong, número um da operadora, diz que o caso já provocou até atrasos na obra, enquanto a DSAL assegura que ter reunido com os representantes das empresas de construção e que estes garantiram que iam averiguar a situação. Caso os residentes locais tenham as mesmas capacidades que os não residentes, então tomarão o lugar destes, asseguram as construtoras.

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