China | Mais de um terço de corruptos repatriados

[dropcap style=’circle’]U[/dropcap]m terço dos cem suspeitos de corrupção mais procurados pela China no estrangeiro foram já repatriados, anunciou esta semana o órgão máximo anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC). A China conseguiu assim reaver uma parte do dinheiro que havia sido desviado de forma ilícita e cujos autores já estão identificados, mas nem todos foram ainda detidos por estarem em paradeiro incerto. Em Abril do ano passado a secção chinesa da Interpol publicou uma lista com os nomes de cem altos quadros suspeitos que terão fugido para o estrangeiro, com o objectivo de tentar garantir a sua detenção e extradição.
Entre estes, 60 eram suspeitos de corrupção e os restantes acusados de negligência no cumprimento das suas funções e abuso de poder, de acordo com o jornal oficial China Daily. A lista que pode ser consultada na página oficial da Comissão Central de Inspecção e Disciplina (www.ccdi.gov.cn), o órgão máximo anti-corrupção do governo chinês, contém os nomes, fotografias, números de passaporte e presumíveis países onde se refugiaram os altos quadros em fuga. A maioria dos acusados assumia cargos locais e provinciais e as autoridades referiram então que muitos optaram por se esconder nos Estados Unidos e Canadá, apesar de também serem identificados presumíveis fugitivos na Nova Zelândia, Reino Unido, França ou Tailândia, entre outros destinos.
A campanha Skynet foi também criada para travar o uso ilegal de companhias registadas em paraísos fiscais e a transferência de activos para fora das fronteiras por parte de bancos ilegais.
De acordo com o órgão máximo anti-corrupção do PCC, mais de 380 fugitivos chineses, incluindo 57 funcionários do Governo, foram repatriados a partir de 40 países e regiões, no primeiro semestre de 2016. No total, as autoridades chinesas recuperaram 1,24 mil milhões de yuan, que tinham sido desviados por funcionários corruptos. O mais mediático alvo da campanha Skynet é o empresário Ling Wancheng, irmão do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua, que foi condenado este ano a prisão perpétua. O paradeiro de Ling Wancheng, 58 anos, está dado como desconhecido desde Outubro de 2014, quando se crê que vivia numa moradia nos subúrbios de Sacramento, no estado norte-americano da Califórnia.

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