Pequim pressiona Tóquio contra ideias de militarismo

Aproveitando a vista de Obama a Hiroxima, a China aproveitou para dizer ao Japão para não pensar em militarismos de novo pois só trazem sofrimento. A visita do Presidente americano, entretanto, está a ser utilizada para retomar as ideias de desnuclearização global

A China instou o Japão a não tomar o caminho do militarismo de novo, disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros esta quarta-feira durante o seu comentário à visita que o presidente Barack Obama fará a Hiroxima.
“Esperamos que, ao convidar outros líderes a visitarem Hiroxima, o Japão mostre ao mundo que nunca mais vai seguir pelo caminho do militarismo, facto este que infligiu forte sofrimento ao seu próprio povo, aos povos dos países vizinhos e ao resto do mundo” disse o porta-voz Lu Kang em conferência de imprensa.
“As duas bombas atómicas que os Estados Unidos lançaram sobre Hiroxima e Nagasaki antes do final da segunda Grande Guerra Mundial esmagaram as ilusões militaristas dos japoneses de uma vez por todas, causando enormes perdas humanas”, disse Lu.
Os civis japoneses que sofreram com as bombas nucleares merecem toda a nossa simpatia, disse ainda.
“Uma importante lição que a segunda Grande Guerra nos deu é que devemos usar a história como um espelho, prevenir que a tragédia da guerra aconteça novamente e fortalecer a ordem internacional do pós-guerra,” acrescentou Lu.

Reavivar a desnuclearização

A viagem a Hiroxima do presidente Barack Obama, é uma oportunidade para reavivar o debate sobre o desarmamento nuclear no mundo, disseram nesta quarta-feira as autoridades da cidade.
Obama poderá perceber pessoalmente o impacto que o bombardeamento nuclear de 1945 teve sobre a cidade, explicaram aquelas fontes oficiais.
A 27 de Maio, Obama ficará na História como o primeiro Presidente americano em exercício a visitar Hiroxima, anunciou na terça-feira a Casa Branca, salientando, todavia, que o objectivo não é apresentar desculpas por uma decisão tomada por Harry Truman há 71 anos.
Obama, que viajará ao Japão para uma cimeira do G7, visitará o local onde ocorreu o primeiro bombardeamento nuclear da história acompanhado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.
“Espero que aqui, em Hiroxima, Obama proponha medidas concretas na direcção de um mundo sem armas nucleares”, declarou a presidente da câmara de Hiroxima, Kazumi Matsui.
Aproximadamente 140.000 pessoas morreram devido à bomba nuclear lançada no dia 6 de Agosto de 1945 pelos Estados Unidos às 8h15 locais. Dezenas de milhares morreram pela explosão da bola de fogo e outras devido aos ferimentos e doenças provocados pelas radiações nas semanas, meses e anos posteriores.

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