“The Perfect Moment”, café | Chloe Chan, sócia

[dropcap style=’circle’]N[/dropcap]ão são só saladas, esparguete e café, mas também livros, pinturas e fotografias. No “The Perfect Moment”, os clientes podem aproveitar o espaço e fazer o tempo passar devagar e os artistas podem expor as suas obras
Se abrir um café é um sonho para muitos jovens, Chloe Chan e outros três sócios não são excepção. Para falar com uma das sócias, entrámos no café “The Perfect Moment”, que fica num barro antigo na Freguesia de São Lázaro.
Com uma decoração feita de paredes brancas, materiais e madeira, as mesas não o único adorno deste espaço. Existem duas estantes cheias de livros, revistas de arte locais e cartazes de exposições que estão a ser realizadas em toda a Macau.
Localizado na Rua de Abreu Nunes, a rua mesmo atrás da Pavilhão de Exposições e Espectáculos Artísticos para Jovens, junto à Praça do Tap Seac, o café abriu no Verão do ano passado. Chloe explica-nos que são quatro os sócios e que cada um desempenha diferentes funções, na administração, na contabilidade e na promoção do café. the perfect moment2
Antes de 2014, os quatro não sabiam nada sobre o que era “abrir um café”. Tiveram, então, que aprender tudo sobre o negócio. “Preparámo-nos dois anos antes de começar a planear a abertura do café e até fomos frequentar cursos para tirar licenças de barista”, começa por nos contar Chloe Chan.
No início, os quatro jovens não tinham ideia de como criar o café ideal. Revendo os gostos de cada um, e ligando-os, conseguiram abrir este café que é, dizem, especial. “Um de nós gosta de arte, um outro gosta de ler e outro gosta muito de beber café. Assim, o “The Perfect Moment” junta tudo isso”, disse.
Chloey recomenda as saladas feitas com legumes que são, garante, muito frescos. “Pedimos a uma empresa para transportar os legumes com embalagem em vácuo, porque queremos oferecer os produtos frescos e limpos. Não temos comida muito delicada, é simples, mas é tudo fresco.”
Dedicação têm os seus “Specialty Coffee”, o café com rosa ou com caramelo. O espaço vende também grãos de café provenientes do Quénia e de Nicarágua. Mas não só. Um chá preto com gengibre e açúcar mascavado pode ser outra opção do “The Perfect Moment”, principalmente no Inverno, já que ajuda a aquecer o corpo.
“Atentamos muito à qualidade do café, mesmo que possa não ser o melhor de Macau, mas esperamos ser considerados um dos dez melhores aqui”.

Na comunidade

Chloe não gosta do conceito actual, de que as pessoas consideram cafés como restaurantes. Ela e os outros sócios preferem o conceito de que as pessoas desta cidade urbana têm um ritmo de vida muito rápido e querem, sim, que as pessoas usufruam da comida e do café devagar. Que, no fundo, o saboreiem.
Outros dos pontos que nos chama a atenção no café são as obras de arte nas duas paredes principais do café, que fazem parte da “Exposição Automne”, da artista local Natalie Pun.
Chloe explica-nos que já foram realizadas seis exposições de pintura e de fotografias no espaço e está planeado fazer um workshop onde a artista desenha a caneta, sob o tema de Natal. Os clientes podem comprar as canetas e os lucros vão para caridade.
A razão para realizar uma exposição de artistas locais no café veio do facto destas não serem, normalmente, muito apreciadas pela população.
“As pessoas não se dirigem às exposições a não ser que os artistas sejam amigos ou muito conhecidos. Então pensámos em como conectar a arte com a comunidade e surgiu a ideia de integrá-la com o café, o que acho uma ideia maravilhosa, porque os clientes do café são muito diversificados, desde trabalhadores, a turistas, grupos de amigos ou famílias. O café parece uma plataforma para todos apreciarem as obras de arte. Queremos ter um café que não vende só cafés”.
A responsável avançou que as exposições são realizadas no café periodicamente e que até já existe uma lista de exposições até ao Verão do próximo ano.
“The Perfect Moment” foi também arrendado para realizar um seminário e uma sessão de partilha por associações ou grupos de juventude.

Café literário

O café é também conhecido por outro nome. Ultimamente foi arrendado por uma revista de literatura para rodar uma curta-metragem e, na entrada do café, ficou exposto um cartaz que diz em Chinês “Café da Literatura”.
“Achamos que os caracteres são muito bonitos, não os tirámos depois de acabar a curta-metragem. É divertido ver que as pessoas pensam que esse é o nome do nosso café.”
No que toca ao investimento e volume de clientes, Chloey confessa que, devido à instalação de equipamentos de cozinha e a dificuldade de encontrar uma loja com rendas baixas, os sócios já investiram grande montante do dinheiro que tinham. Ainda assim, diz, consegue equilibrar bem os pagamentos, diz-nos. O número de clientes é melhor aos fins- de-semana ou quando se realizam actividades na Praça do Tap Seac. Durante os dias úteis, há mais clientes nas horas do almoço e do lanche.
“Não podemos pedir mais clientes porque queremos oferecer um espaço mais calmo e confortável, sobretudo nos fins-de-semana. Portanto, sugerimos aos clientes vir cá durante os dias úteis, usufruindo de um espaço de leitura tranquilo”.

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