Mortalidade Infantil | Taxa desce 53% desde 1990. China diminui em 80%

A China conseguiu diminuir em 80% os números da taxa de mortalidade infantil, ainda que continue na lista de países onde mais crianças morrem. Os números constam do último relatório da UNICEF, que mostra que não foi atingido o objectivo planeado anteriormente, mas que, ainda assim, se salvaram mais de 40 milhões de crianças

[dropcap style=’circle’]É[/dropcap]o último relatório da UNICEF sobre a taxa de mortalidade infantil e é animador: os números de crianças que morreram com menos de cinco anos baixaram em 53% desde 1990. O documento traz um sabor agridoce para a China – o continente encontra-se entre os países em que mais crianças pereceram só este ano, ainda que mostre estar muito melhor desde os anos 1990.
O relatório – intitulado “Promise Renewed: 2015 Progress Report” – indica que a China está ao nível de Angola e da Etiópia e acima da Indonésia no que diz respeito à percentagem de crianças falecidas antes dos cinco anos em todo o mundo. A China ocupa os 3%, com cerca de 182 mil falecimentos só em 2015, como consta no relatório.
Combinando com valores anteriores, pode, no entanto, ver-se que a China ocupa o 130º lugar na lista de países com a mais alta taxa de mortalidade, tendo assistido a um declínio de 80% nas mortes infantis de 1990 para cá. Nesse ano, havia 54 mortes por cada mil nascimentos, tendo este número diminuído para 37 em 2000 e para 11 este ano. A taxa de redução ano a ano atinge os 6,5%.

Números redondos

As taxas analisadas no relatório da UNICEF pelo HM mostram que se contabilizaram no continente mais de um milhão e meio de mortes em 1990, um número que nem chegou aos 200 mil em 2015. A morte ao nascer, por exemplo, chegou às 30 crianças por cada mil em 1990 – este número é de seis por cada mil este ano.
Os números não incluem, contudo, Macau ou Hong Kong. Na página dos Serviços de Saúde (SS) do território, só é possível ver a taxa de mortalidade infantil até 2013, uma vez que o sistema não está actualizado. Aqui, consta-se ainda que a taxa de mortalidade infantil contabiliza apenas crianças que morrem antes do primeiro ano de vida. crianças chinesas
Os dados – apenas em percentagem – mostram que – em 2009 – 2,9% das crianças morreram (por cada mil), um número quase idêntico aos da China. Nos anos seguintes – 2010, 2011, 2012 – a taxa manteve-se igual. Em 2013, desceu para 2%. Dos dados não constam os números do ano passado ou deste.

Estimativas que doem

Portugal integra um grupo de 14 países que apresenta o terceiro melhor indicador de taxa de mortalidade abaixo dos cinco anos, juntamente com a França, Alemanha, Holanda ou Espanha. Desde 1990, a taxa de mortalidade infantil reduziu-se em 76%.
Em termos globais, a taxa de mortalidade infantil no mundo desceu para metade em 25 anos – o número de mortes de menores de cinco anos diminuiu de 12,7 milhões em 1990, para 5,9 milhões em 2015. Este é ainda o primeiro ano em que o total se irá situar abaixo do patamar dos seis milhões, ainda que as novas estimativas que constam do relatório publicado pela UNICEF indicam que “apesar de os progressos globais terem sido substanciais, continua a registar-se por dia a morte de 16 mil crianças menores de cinco anos”.
A UNICEF estima que, em 2015, morrerão em todo o mundo 5,9 milhões de crianças com menos de cinco anos. A maioria por causas que poderiam ser evitadas. Problemas de saúde e malnutrição são as principais barreiras para manter os mais pequenos vivos, bem como a falta de acesso a cuidados de saúde comuns, como vacinas ou até hospitais bem equipados.
O relatório mostra ainda que a meta fixada há 15 anos não foi atingida, já que o objectivo de Desenvolvimento do Milénio era uma redução em dois terços. Ainda assim, desde 2000 que as vidas de 48 milhões de crianças foram salvas.

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