Sebastian Coe eleito presidente da Federação Internacional de Atletismo

[dropcap style=’circle’]O[/dropcap] britânico Sebastian Coe foi ontem eleito presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF), batendo Sergey Bubka numa votação renhida.
Coe conquistou 115 dos 207 votos dos membros das federações que compõem a IAAF, com Bubka a conseguir 92.
Coe substitui, assim, Lamine Diack, o senegalês de 82 anos que deixa o cargo após 16 anos à frente do organismo.
Coe, campeão olímpico dos 1.500 metros em 1980 e 1984, conseguiu a proeza ainda não igualada de deter em simultâneo os recordes do Mundo dos 800, 1.000 e 1.500 metros.
Além do currículo impressionante nas pistas, Coe organizou os Jogos Olímpicos de Londres, há três anos, e ocupa assento no Parlamento britânico desde 1992.
Avessa a mudanças, a IAAF tem tido por regra mandatos ‘quase vitalícios’, que chegaram aos 32 anos do sueco Sigfrid Edstom. O inglês Lord Burghley esteve 30 anos no posto, Diack e Nebiolo 16, só ‘destoando’ os cinco anos do holandês Adriaan Paulen.
Coe recebe de ‘herança’ a difícil gestão da polémica com os casos de dopagem, que atiraram de novo a modalidade para o centro das atenções, mas pelas piores razões.
A polémica foi reacendida com as reportagens da ARD e do Sunday Times e causou uma ‘nuvem’ de desconfiança sobre os principais resultados da primeira década deste século, uma imagem que Sebastian Coe já disse que quer ver melhorada.
 

Posto vale ouro

Sebastian Coe, manifestou-se “encantado por presidir ao melhor desporto do mundo”, nas primeiras declarações após assumir o cargo.
“Comecei a correr aos 11 anos. Depois, tive o prazer de entrar num estádio, competir em jogos olímpicos e de fazer parte da organização de Londres2012. Agora, recebi uma medalha de ouro”, comentou Coe na primeira conferência de imprensa após a eleição, acrescentando que, durante o mandato, dedicará “todos os esforços para manter os valores e legados de Lamine Diack”, num elogio ao seu antecessor.
Questionado sobre os escândalos de ‘doping’ que assolam actualmente o atletismo mundial, o novo presidente da IAAF considerou que o uso de substâncias ilegais “é um problema universal, de todos os desportos, que não atinge apenas o atletismo”.
“Temos de reconhecer que a opinião generalizada é que há lacunas. Provavelmente, um sistema [de controlo] independente vai ajudar a acabar com as dúvidas”, considerou o britânico, que na campanha defendeu a criação de uma agência ‘antidoping’ à margem da IAAF.
Outra das prioridades do campeão olímpico dos 1.500 metros nos Jogos de Moscovo, em 1980, e Los Angeles, em 1984, é a reformulação dos calendários internacionais, para garantir que mais provas concentrem a atenção mediática.
“Temos muita sorte, porque o atletismo é um desporto que pode disputar-se 12 meses por ano. Temos de assegurar que o calendário seja bem estruturado e que os grandes momentos da temporada cativem o público”, explicou Sebastien Coe.

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